Mazda 787b – Tributo
O que mais me apraz em todo o trabalho é poder ajudar a recordar um carro que fez história e cujo o som do motor Wankel perdurará nos ouvidos de quem o ouviu.
O nosso protagonista foi o primeiro carro Japonês na história a conquistar as 24 Horas de Le Mans. E se algo era muito especial no Mazda 787B, era o seu motor Wankel, que consistia em quatro rotores, e atingia cerca de 700 CV às 9.000 RPM e um binário máximo de cerca de 600 Nm às 6.500 RPM. A própria Mazda assegurou que o pico de potência poderia chegar aos 930 CV e atingir um máximo de 10.500 RPM, embora estas especificações nunca tenham sido utilizadas numa corrida para evitar problemas de fiabilidade.
Na época seguinte, a Mazda apresentou uma evolução do 787, o famoso 787B. Basicamente, recebeu um novo motor, o R26B, que embora quase idêntico ao anterior, tinha sido introduzido um novo sistema de admissão variável e três velas de ignição por rotor em vez de duas. A caixa de velocidades manual anexada ao motor rotativo permaneceu de cinco velocidades e de origem Porsche. O monolugar era feito de carbono e kevlar, e a carroçaria de fibra de carbono do 787B também recebeu uma série de melhorias aerodinâmicas, os radiadores foram deslocados, um único na frente, em vez de dois nas laterais. E devido aos materiais utilizados e à leveza do motor rotativo, o Mazda pesava 830 quilos, quase 100 kg a menos que alguns dos seus concorrentes.
A aventura em Le Mans
O 787B não era de todo o carro mais rápido em pista, mas era o mais leve, tinha a melhor gestão de combustível e os engenheiros da Mazda estavam confiantes de que desta vez a fiabilidade dos seus carros estava no ponto. Ohashi, o líder da equipa da Mazda, resolveu comunicar a um dos seus pilotos para desenvolver a corrida como se fosse um teste curto, sem pensar na final, e os escolhido foi o famoso carro nº55. E para surpresa de todos, depois de 362 voltas e quase 5.000 quilómetros percorridos, o carro 55 cruzou a linha da meta em primeiro, com Herbert ao volante. Coroado como o primeiro carro japonês a ganhar as Le Mans e o único com motor rotativo a fazê-lo até hoje.
Passados estes anos todos, ainda é possível sentir a adrenalina que é despertada, ao ouvir o som destes fantásticos motores.